Ao mestre Jefferson Aquino
Supremo e indo à cidade,
Andarilho primata,
Entre o bem e o mal,
Transviado e anacrônico,
Conduz as sombras,
Espaço brumoso de coletiva memória,
Amiúde vociferando amém.
Homem do Bem,
Consigo mesmo se desviando à festa culturada,
Aonde baila insânia mascarada,
Vai flagelar de opacidade a alma,
Com preces ou profanos cânticos.
Banhando-se em simulação ascética ou libertina congregação,
Excrementos da história,
Não opera sua história,
Mas em praça pública,
Oceano do social,
Nos resíduos se deleita.
Homem do Mal,
Sem atinar,
É crucificado no espetáculo,
E na’reflexão decaindo,
De resto especula social,
Grunhindo Viva! para os restos da Europa,
Regozijo nacional.
Eis Homem de moral,
Anticristo que ao fim do circo do bem e do mal,
Com sordidez mata Cristo D’Ásia,
E após o crime, tornando-se maduro fruto,
Amolecido à saída de obscura esquina em pé de rua,
Depara-se por fim com estridente verme,
Que no lodo pressagiando o fruto ou primata da moral,
Em mórbido asco se impõe o retorcer,
Sentindo ironicamente como divina proteção,
Repulsa seguida de sonoros calafrios,
Para do facínora então se proteger.
O verme nietzschiano não se suicida,
Bem como por outros não se deixa suicidar,
Como dizia Artaud ao tratar de Van Gogh.
Não se ausentando do bojo da vida,
Bem como da poesia que dela emana,
A larva se resguarda daquele homem,
Venenoso e violento fruto da perdição,
Um dos males da nação.
Guajupiá EmTerra’fogado
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