Seja super bem vindo!
Eis o Pescaria, grupo literário pioneiro nas terras do Araras, hoje Varjota – Ceará.
Grupo de caráter cultural, primando as Letras, denominado Pescaria, cujo objetivo é pescar indivíduos às letras e artes, ofertando-os o alimento – o peixe – da liberdade, o saber.

Venha pescar e ser pescador (a) da literatura junto da gente.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Depois da maior escuridão

Produzido no desafio da 7ª pesca
Um mal necessário,
algo inevitável,
coisas das quais não podemos fugir,
Por que até
o dia, nasce na maior escuridão.
Um resultado previsto,
erros bem vistos,
crimes cometidos,
mas tudo bem, pois também
o dia, nasce na maior escuridão.
Mas as coisas inevitavelmente necessárias,
das quais não fugiremos,
não precisam nos assustar,
e nos levar a errar,
nos expor e nos castigar,
pois não há só problemas,afinal,
o dia nasce na maior escuridão.
E a noite também é tão linda,
e aconchegante,
e nos leva a pensar,
E fica tudo bem,pois,
o dia nasce depois da maior escuridão.

Canoeiro Holmes

P'ra depois

Produzido no desafio da 7ª pesca com o mote:
"Mas ainda haverão tempos, temas, momentos, para viver e escrever"


Mais uma vez fixo no relógio
Hipnotizado com as horas em carrossel
E sem perceber, o cuco anuncia a partida
O que tenho em mente falha ao papel
Mas ainda haverão tempos, temas,
Momentos, para viver e escrever.

Mais uma vez numa mesa de bar
Vendo uma mulata atrevida sambar
Só outro gole e p’ra ela vou versar
Porém num descuido ela desapareceu
Mas ainda haverão tempos, temas,
Momentos, para viver e escrever.

Mais uma vez na solidão do quarto
Com antigas fotografias em mão
Gritei: socorro! Era um infarto
Meu pai dirigiu na contramão
Mas ainda haverão tempos, temas,
Momentos, para viver e escrever.

Talvez...

Símplício Anzol

domingo, 29 de dezembro de 2013

Cordel de improviso

Poesia produzida no desafio da pesca nº 7 com o mote
"Onde há homem e mulher o resultado é um menino."

Vim lhe contar meu povo
A história de Severino
Um jovem forte e valente
Orgulhoso de ser nordestino
O lema de sua vida, vou lhe dizer qual é:
Onde há homem e mulher o resultado é um menino

Foi lá pras Brenhas Secas
Que nasceu esse inquilino
Filho de Dona Filomena
E do compadre Celestino
As crias desse casal não se sabe quantas é
Pois onde há homem e mulher o resultado é um menino.

Assim Severino cresceu
Vendo seu pai procriar
E entendeu que a vida
Tinha que pra'í caminhar
A prendeu seu destino e a gente sabe como é
Onde há homem e mulher o resultado é um menino.

Virou pai aos 14 anos
muito lindo seu menino
Era moço cobiçado
Talvez coisa do destino
Era “fi” de Severino já sabia como é
Onde há homem e mulher o resultado é um menino.

Mesmo ainda moço
Era chamado de vôzinho
Com trinta anos de idade
Era avô o tal Severino
Ensinou bem direitinho, como bom pai que é
Onde há homem e mulher o resultado é um menino.

Pois agora Brenha Seca
É uma grande região
E todo o povo de lá
Tem seu nome em certidão
Foi como ensinou Celestino, não importa onde é
Pois onde há homem e mulher o resultado é um menino.

Luna Pescada.

Poesia de Celular

A poesia quando aflora
Não tem hora,
Nem papel, nem caneta.

A poesia quando aflora
Não demora,
Nem espera, nem se ajeita.

Quando enfim ela aflora
Só me sobra Senhora
Digitar letra por letra.

Luna Pescada.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Há quanto tempo?

Tema: E o tempo mudou o tempo
Produzido no desafio literário da Pesca nº7

 Há quanto tempo
O tempo não passa?
Cada segundo
Modifica o segundo seguinte,
Cada minuto
Muda o minuto seguinte,
E num seguinte segundo
Muda o mundo,
E o tempo mudou o tempo.

O tempo não correu
desembestou, descarrilou.
E eu não era eu por um momento;
No chão... Um lamento.
Uma balança, um pensamento,
E o tempo mudou o tempo.

E o tempo cessou,
O maldito tempo não sanou!
Não passou enfim...
Pelo menos não pra mim.
E mesmo assim.. o Vento
E o tempo mudou o tempo.


Pássaros flamejantes rasgam a penumbra

Produzido no desafio literário da Pesca nº7

Noite escura silenciosa, esquecida, surpresa!!!
O que fazer para mudar esta cena? Fugir ou descobrir?
Como mudar a penumbra que me assola?
Será que os pássaros flamejantes rasgam a penumbra?
Correr, esconder, fugir, como sair desse buraco
Da noite que a madrugada trás?
Pássaros flamejantes rasgam a penumbra!!!
Na escuridão dos meus pensamentos obscuros de solidão
Do vazio que me sufoca, quero asas, quero liberdade,
Quero voar, para encontrar um alento
Que clareei essa escuridão, essa obscuridade,
Ao qual fui jogada e sem direito de escolha
E que me persegue.
Pássaros flamejantes rasgam a penumbra.

Vaz Rio

Dia de Feira

Hoje não é sexta-feira.
Mas hoje é dia de feira,
lá vou ao mercado fazer minhas compras,
um cambo de peixe pra minh’alma alimentar.
Peixes sortidos de todos sabores,
peixes escritos com rimas e cores.
Hoje não é sexta-feira.
Os peixes lá estão e o cardápio é no ar.
Peixe alimento da imaginação,
peixe pescado a pensar.
Com anzol e caneta,
usando a cabeça lá vou eu pescar.
Hoje não sexta-feira.
Mas hoje é dia de feira,
não vou ao mercado,
vou à pescaria,
porque hoje é sábado
dia de pescar.

Corvina do Araras

É o que te faz viver!

Produzido no desafio literário da Pesca nº7,
com o mote "É o que te faz viver!"

Sentir uma brisa suave,
ouvir o canto de um pássaro
É o que te faz viver!

Lavar os pés num riacho,
subir numa árvore
É o que te faz viver!
Olhar o sorriso de uma criança,
contemplar a natureza, com sua beleza
É o que te faz viver!

Pensar, sonhar, buscar
É o que te faz viver!
O poeta escreve seus versos,
O sonhador sonha um sonho,
O pensador reflete suas ideias,
É o que o faz viver!

Um Pescador

Virada

Produzido no desafio literário da Pesca nº 7
com o mote: "Virada na virada (re)virada"

Passa e como passa.
Passa muito, passa mesmo.
Vida, homens, águas.
Viro tantos enquanto penso.

Reviro os que já fui,
e os que já fui nem mais lembro.
Me viro em busca do que busco,
e o que já tinha, nem mais tenho.

Tenho, busco, lembro, penso
me reviro a entender o que nem entendo.
Dou uma virada na virada (re)virada
que desisti de virar neste momento.

'nando Cará

7ª Pesca literária


E mais uma Pesca. Mais um sábado único, tudo o que há de bom. Literatura, música, cultura, política, além claro, de conversa improdutiva também. Eis o Pescaria.
Acreditem! Esta não é conversa de pescador!
E pra nooooossa alegria com gente nova em nossas águas: Gleiciane Lopes, Iara Mesquita e Paulo Henrique Oliveira.

Neste último sábado de 2013 discutimos sobre o Tropicalismo, super movimento influenciador desde os anos 60 até hoje, sua importância cultural e literária. Em um segundo momento, apresentação dos peixes (obras) de nós pescadores presentes e para concluir, mais uma edição do desafio literário com temas instantâneos, esse que se utilizou de motes, seguido do recital das obras produzidas sobre o Mangueira que nos abriga há 2 meses.
Difunda esta ideia.
Venha conhecer a gente, deixe ser pescado às letras.








terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Parnasianismo


Nós que fazemos o Pescaria estamos sempre procurando nos enriquecer de conhecimento. O que estimula cada vez mais nossa criatividade e inspiração, por isso toda semana nós escolhemos um tema para ser estudado, abordado e discutido por nós nas Pescas. Na 5ª Pesca, que ocorreu no dia 14 de Dezembro, o tema abordado foi Parnasianismo, então trazemos um pouco do que foi esse movimento, suas características e nossas opiniões.

Como surgiu o Parnasianismo?

Foi um movimento literário que se originou na França, representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX em oposição ao romantismo.
Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da antiguidade clássica. 
O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas.

Quais suas principais características?

Vênus de Milo
Dentre algumas as principais eram a rigor da forma, da rima e da métrica, o que os fez assumir o soneto como carro-chefe da poesia parnasiana. Uma reação esperada para um movimento que vinha “combater” o romantismo precedente, que se caracterizava por sua liberdade de escrita.
Outro ponto era o que eles chamavam de “a arte pela arte”, que pregava, por exemplo, que a arte não precisava do amor pra existir, por isso poderiam fazer poesias sobre um vaso, como fez Alberto de Oliveira no soneto “O Vaso Chinês”.
A Vênus de Milo foi um exemplo de uma grande inspiração para os parnasianos brasileiros.

O que os Pescadores dizem?

O movimento Parnasiano, é quase sempre encarado como “chato”, pela rigidez sem deixar qualquer liberdade para o autor, é uma poesia cansativa de ler e, na maioria das vezes desinteressante, mas como qualquer vertente tem sua importância e deixou obras brasileiras de beleza própria. As poesias do trio parnasiano brasileiro Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac (autor do hino à bandeira) tentavam retomar princípios conservadores sem os quais a poesia se tornaria um caos, a final regras não só prendem, mas também podem libertar, como dizia Renato Russo “Disciplina é liberdade”.
Trio Parnasiano Brasileiro; Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac

Até a próxima.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Movimento Armorial

O Pescaria a cada semana escolhe um tema pra ser estudado. Na última pesca, realizada no dia 21 de dezembro de 2013, o tema escolhido foi o Movimento Armorial. A cada discussão postaremos um resumo do que foi o tema estudado para compartilharmos o que estudamos com vocês, leitores, deste espaço de cultura virtual.

O que foi o Movimento Armorial?
Foto: divercita.blog.br
Foi uma proposta artística lançada por Ariano Suassuna na década de 1970 em Recife que pregava a fusão da arte erudita à popular. Dentre os objetivos estavam o de findar a polaridade existente entre, o que o próprio Ariano nomeou de elite cultural, que não diz respeito ao caráter financeiro, mas ao potencial de produção artística, seja erudito ou popular.

O que queriam?
O Movimento possuía como grande meta, a construção de uma cultura nacional, tendo como alicerce a cultura nordestina, à qual Ariano prega como a cultura que menos sofreu alterações ao longo da história. 

Características:
- Criação de obras eruditas, baseadas em obras populares já existentes, reafirmando-as e/ou enriquecendo-as;
- Obras que utilizassem das mais diversas linguagens artísticas.

Curiosidades:
Foto: olde.kaosenlared.net
- A palavra Armorial vem do desígnio de conjunto de brasões, emblemas. A heráldica que é uma arte que compreende a popular e erudita, na sua  produção mais bruta.
- O maior símbolo do Movimento está no Folheto Nordestino. Suassuna aponta que ele consegue apresentar a cultura popular em todas suas linguagens: literária, musical, cênica e plástica.

E o que os Pescadores dizem?
O Movimento Armorial foi e é digno de aplausos à respeito de sua ideologia, a qual apoiamos piamente. No entanto, teve e tem falhas na sua execução. Sua construção foi totalmente elitista, no sentido que Ariano usa da palavra. Foi um movimento que não incluiu o povo em sua manifestação, tornando-o marginalizado na construção do movimento, o que destoa de nossa ideologia, enquanto grupo.
A divulgação também careceu. Tendo praticamente apenas em Ariano a sua figura de difusão. Além de não visar a cadeia industrial da produção cultural, positiva por um lado, negativa por outro.

Referências:
1. Costa, L.A.M. MOVIMENTO ARMORIAL: O ERUDITO E O POPULAR NA OBRA DE ANTONIO CARLOS NÓBREGA. Visto em: <http://pos-graduacao.ascom.uepb.edu.br/ppgli/download/dissertacoes/Dissertacoes2007/luis_adriano.pdf>, às 21h45 de 15/12/2013;
2. MOVIMENTO ARMORIAL E SUAS FASES. Visto em: <http://www.unicap.br/armorial/movimento/produtos/amusica-armorial.pdf>, às 22h15 de 15/12/2013.

Oiticica

Produzido no desafio literário da Pesca nº 5,
foi uma homenagem ao pé de Oiticica 
que nos recebe todos os sábados abaixo sua copa

Aqui. Agora...
...é! Agora.
Corre vento,
lento.
Embora.

Letras caem sobre folhas
e folhas sobre letras caem.
Letras sem forma ou sentido,
folhas que recebem o improviso
d'uma mente,
do vento dormente.
Aqui... é! Agora.
Folhas com letras,
com letras não ditas.
Letras faladas
sob folhas de Oiticica.

'nando Cará

Mormaço

Produzido no desafio literário da Pesca nº 6,
com o tema "Maior mormaço de março"

Tendo amor a um amor já amassado
forjado, fajuto e fracassado.
Com a alma na cama já acalmada 
e as malas na lama alarmadas.
Amarrei no mar o amar 
das águas de março, do mormaço e aço
Da lâmina lambida e lamentada,
do que é agora o corte corrido na cútis. 
Um calo calado na cólera 
me leva a ir embora sem honra e sem hora, senhora 
já que, não caibo no cabide de seu calor.

Simplício Anzol

Liberte-se

Produzido no desafio literário da Pesca nº 6,
com o tema "Liberte-se"

Eu lembro quando nada me prendia,
lembro quando nada lhe prendia.
E pensar que hoje é tão fácil
sermos escravos,
do tempo, do trabalho,
dos deveres, dos afazeres.
É quase algo voluntario,
e por isso mesmo eu decidi sair.
Não quero que julgues mais,
nem quero que pense demais;
Apenas abrace comigo
essa, talvez, falsa liberdade.
Apenas me abrace,
e faça isso com vontade;
esqueça por um instante o que passou,
E esteja livre como eu finjo que estou.
esqueça por uns dias, por horas,
ao menos minutos.
Esqueça os outros, o passado,
esqueça o dia de fato
e liberte-se comigo.

Canoeiro Holmes

Mordida

Poema produzido no desafio literário da Pesca nº 5,
com o tema "Criação de Jacarés"

E agora o que pensar?
Se já não tenho opções do que fazer.
É aquele velho momento em que tudo que se fez
Volta pra você.
E agora o que fazer?
Se todas as ideias fazem parecer
Inútil, tentar se defender.
Então não deve mesmo ter,
Outras opções a se analisar,
Todos sabiam do erro e os custos de tentar,
É aquele velho momento em que a mordida
Vem de onde menos se espera.
Então continuemos, pois eu continuo,
Vendo resultados em horas incertas.

Canoeiro Holmes

sábado, 21 de dezembro de 2013

A carne do coco é da cor da carne humana

Produzido no desafio literário da Pesca nº 5

O grito soou,
era um grito de medo.
Os olhos tão jovens,
guardavam em segredo
a ideia macabra
e um coração de gelo.

Todo o sangue esvaído
provocava o zumbido
do inseto impertinente.
O verme rastejava ligeiro
sobre o indigente.
Estava ali sozinho
transformado em nada,
à sombra do coqueiro
ele repousava.
Num último suspiro
lamentava sua morte.
Alvo, atingido,
alvo e pálido,
um alvo pálido caído.
A carne do coco
é da cor da carne humana.

Luna Pescada

Branco

Produzido no desafio literário da Pesca de nº 6,

com o tema "Branco"

Quem não quer sentir uma
sensação de calmaria,
harmonia, uma paz que
só você me traz?
Me traz quando não me pinta,
quando não me escurece,
me traz quando me cobre
nos teus lençóis brancos.
Pena quando me pintas,
quando me tira o sossego,
quando se escondes
nos meus olhos negros.
Que que me encha de paz,
de cores, de amores
que despinte o branco, 
que me assombras, que me paralisa,
que me calas, quando tu não estas comigo, 
nos momentos de loucuras, devaneios e anseios.

Vaz Rio

Poesia de instante

Produzido na Pesca de nº 5

O sol despenca, pinga na folha,
o rio corre, escorre e morre na nascente;
Na nascente do sol,
no poente, um som: Dó.

A árvore torta entorta o céu,
a flor sem gosto faz mel.

Enquanto isso,
eu num risco,
arrisco escrever;
observo a natureza,
vejo a beleza,
que só posso ver.

Russo Remos

Aniversário

Produzido no desafio literário da Pesca de nº 6,
com o tema "Aniversário"

Amanheceu.
Que dia é hoje?
Ah! Hoje é o grande dia.
Será que vão lembrar?
Sei lá, deixa rolar...
Estou ouvindo barulho,
subindo as escadas:
cochichos, risadas.
"É agora, vamos lá".
Relaxa, fica animado.
"Surpresa!"
Que hilário!
Todos lembraram o meu aniversário!

Euro Canoa

Cinza

Produzido no desafio literário da Pesca de nº 6,
com o tema "Céu cinza como fogo frio"

Azul?
Já foi...
...o céu.
Vermelho?
Já foi...
...o fogo.
Agora?
Brancos...
...neste papel.

Muda tempo.
Muda cor.
Muda força:
fogo e céu.

E assim cinza...
...cinza de tristeza
de fumaça poluída.
Cinza de beleza
de uma chuva colorida.
Céu cinza de um pré-chuva
n'uma tarde entristecida.
Cinza de um fogo frio
que está em brasa adormecida.

'nando Cará

6ª Pesca Literária

E mais um sábado colorido com muita literatura, cultura, poesia, conversa produtiva e improdutiva jogada ao ar, ou melhor, jogada às águas. Esta foi mais uma edição de nossas Pescas, com as presenças inéditas das apreciadoras de arte Juliana Paiva e Geovania Rodrigues.
Nesta manhã do 1º dia do Verão do Hemisfério Sul foi discutido sobre o Movimento Armorial, manifestação liderada por Ariano Suassuna desde os meados de 1970 que visa mesclar a arte erudita à popular produzindo uma arte de maior representação nacional. Em um segundo momento, apresentação dos peixes (obras) dos pescadores presentes e para concluir, mais uma edição do desafio literário com temas instantâneos, seguido do recital das obras produzidas.

Vem conhecer a gente, deixe ser pescado às letras.





 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Doença

Poema produzido no desafio literário da Pesca nº 5

A dor densa que desce a garganta,
Que me deixa sobre a manta,
Me esquenta, me entope a "venta",
"Não inventa", mas tenta.

Inútil metabólito,
Amarelo bucólico,
Atônito, fraco, enfraquecido;
Caído, quase morto, destruído.

E essa invasão, essa dormência?
Não há remédio que cure essa dor densa;
Descaso da medicina, morte por penicilina,
Choque de realidade ou pura demência.

Russo Remos

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Buá

Poema produzido no desafio literário da Pesca nº 5 

Um choro de fome ecoa no canto.
Um tanto de fome esvaem-se nas lágrimas,
São inúmeros dramas que se passam em suas tantas faces pálidas,
São inúmeras histórias sofríveis de suas obscuras páginas
Marcadas por fingidos gritos de prazeres de suas noites as claras.

Poderia ser mais um buá como o de qualquer criança com fome,
Mas no fim se resumi a sujeira sexual abusiva de um homem.
Bem lá no fim todas as lágrimas se somam;
Comumente as ocasionadas pro todos aqueles homens que ao fim se somem.


Nelson Tarrafa

Chapéu

Poema produzido no desafio literário da Pesca nº 5

Como falar,
Falar mal, falar bem,
Alguns gostam de usar,
Outros apenas de apreciar.

Alguns usam por estilo,
Outros gostam até mesmo de odiar.
Pra evitar o que vem do céu,
Todos alguma vez na vida já usaram o chapéu.

Assina Uma Pescadora.

Antes de Dormir

Antes de dormir
Olhei para o teto escuro
Lembrei-me do ontem e de como foi ruim,
Mas que foi necessário para crescer.

Antes de dormir
Vi tudo que faço hoje
Talvez não seja compreendido,
Mas é por bons motivos.

Antes de dormir
Pensei no amanhã
De como ele longe,
Mas que uma hora vai chegar.

Antes de dormir
Recebi uma mensagem
Não aquelas de me fazer sonhar,
Mas a que eu para fazer refletir.

Antes de dormir
Olhei para o relógio
E percebi que já estava
Na hora de dormir.

Euro Canoa
08 de dezembro de 2013

Antes e Depois

Poema produzido no desafio literário da Pesca n°5.

A vida é apenas um intervalo 
Entre a primeira e a última morte
Pois a morte acaba ao nascer
E ao morrer retorna-se à morte
Não há medo maior nessa vida
Do que o medo na hora da morte
Antes da vida encontrava-se morto
Depois da vida encontra-se a morte
O temido e imortal conde Drácula
Que sobrevivia ao tempo e a morte
Hoje ele se encontra esquecido
Morto pela real cena de morte
E nada resiste a este momento 
Que traz consigo o tal sopro da morte
E até mesmo a rima de um poeta
Que escreve poemas sobre a morte
Começa exaltando e falando de vida
E termina cansado e falando de morte

Bento Biquara

5ª Pesca Literária

E mais um sábado com muita literatura à margem do Acaraú em Varjota. O grupo literário Pescaria, constante há mais de 1 mês contou com a presença de alguns pescadores já cativos e como sempre, àqueles vieram pescar com o grupo pela primeira vez. Na oportunidade discutimos a escola Parnasiana, além de apresentarmos obras autorais e o momento de produção literária, com um desafio literário, onde foram propostos temas e todos os presentes produziram alguma obra, enquanto pescador. Os próximos posts serão dedicados a essas produções.



Sufoco

Vida:
n'água vivem
Peixes.
No sufoco do ar -
Morrem.
Na terra vivem
Homens.
No sufoco da realidade -
Sobre(vivem).
Vida ou morte?

Eis o pescador das Letras
que no sufoco de seu sufoco
se envolve.
Nas águas que libertem sua mente,
ressuscitando o dormente,
antes da vida de sua morte.

Primeiro poema do pescador 'nando Cará.
Última sexta-feira 13 do 2013º ciclo translático d. C.

4ª Pesca literária

Manhã do dia 7 dezembro de 2013 acontece mais uma pesca (reunião) literária do grupo Pescaria à margem do Acaraú em Varjota - CE, com a presença de escritores e apreciadores das artes.
Muitas ideias, que em breve tornar-se-ão realidade.
Nesta manhã aconteceu o primeiro grupo de estudos do Pescaria, tendo como tema a Semana de Arte Moderna do 22, além da já constante venda de peixes pelos pescadores e do batismo dos apelidos dos mesmos.
Foi com certeza, uma manhã única.


Exposição Pescaria - Mostra Rascunhos

O Pescaria ganha a oportunidade de expor sua exposição poética de mesmo nome, na Mostra Rascunhos, evento idealizado e realizado de forma independente por artistas sobralenses no teatro do ECOA - Sobral, na noite do dia 6 de dezembro de 2013. O evento contou com apresentações teatrais e de dança contemporânea de inúmeros artistas da região Norte do Ceará, além de exposições artísticas das mais diversas linguagens.



Exposição Pescaria - IV Mostra de Cultura, Diversão e Arte

O Pescaria, enquanto grupo cultural, ganha seu primeiro espaço em público e apresenta seus autores no maior evento cultural do ano em Varjota, a IV Mostra de Cultura, Diversão e Arte, organizada pelo Movimento Cultural de Varjota e Secretaria de Cultura.
Na oportunidade, dentre tantas apresentações culturais e exposições, o Pescaria apresenta sua primeira exposição poética formada por 11 autores, que leva o nome do próprio grupo - Pescaria, e com sua poesia deixa o evento um tanto mais colorido. Além da exposição,o evento contou com um espaço literário bastante amplo, com um varal de cordel, o lançamento da 4ª edição do Jornal Pescaria, a exposição de livros e frases do autor Mailson Furtado e com um espaço de literatura infantil para leitura, o Canto da Leitura.



3ª Pesca Literária

E o sábado, 23 de novembro de 2013, é marcado por muita literatura, arte e cultura. Aconteceu a 3ª Pesca (encontro) literária do Primeiro Movimento Literário de Varjota, o Pescaria.
O movimento a cada dia ganha mais adeptos e se fortalece a cada encontro.
Nesta oportunidade foi aprovado o estatuto que rege o movimento, ao qual você pode conferir AQUI
Confira o registro em fotos desta manhã única, que contou com a presença dos literatos e apreciadores da arte: Erasmo Portavoz, Otávio M. Silva, Mailson Furtado, Phelipe Gomes, Yane Cordeiro, Mara Alves, Magnel Carvalho, Rafael Ximenes e Bruno Trajano.

Venha pescar e ser pescado junto da gente.