Produzido no desafio literário da Pesca nº 7
Um menino danado que nascera
Procurando ar que não respira
Sufocado pelo cheiro seco do peito
Mas logo se acostuma com o jeito
Suja o berço e mija a cara
Aprende a sorrir com um mês
Tempo, que bom que não para
Depois de apagar as velhinhas
E tirar o gesso do braço
Retorna à escola e ver a tia
Abraça-lhe com muito carinho
No recreio vai brincar com os colegas
No campinho com trave de vara
E novamente cai pra levantar
Tempo, que bom que não para
Amanheceu e sai pra trabalhar
Já cresceu e faz seus projetos
Pois precisa ganhar alguns trocados
Pra manter a família que fez
Mesmo assim nunca se lamenta
De tudo que a vida lhe custara
Pois já tem tudo que necessita
Tempo, que bom que para
O netinho lhe toma a benção
Pela última vez ver o cachorro
A lembrança dos tempos de infância
Ficou no passado junto ao tempo
Agora se despedem de seu corpo
Muito choro e nenhuma risada
Enfim, chegou as suas férias
Tempo, que bom que não para
Bento Biquara
Nenhum comentário:
Postar um comentário