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Eis o Pescaria, grupo literário pioneiro nas terras do Araras, hoje Varjota – Ceará.
Grupo de caráter cultural, primando as Letras, denominado Pescaria, cujo objetivo é pescar indivíduos às letras e artes, ofertando-os o alimento – o peixe – da liberdade, o saber.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Resumo de si mesmo

Aqui estou eu, mais uma vez no bar simples, onde gosto de passar discreto, acho que por isso escolho a segunda para beber. Aqui estou eu com mais uma dose de vinho na cabeça, com mais uma tentativa de embriagar-me ao som de Raimundo Fagner, ou quem sabe ouvindo um samba de 30 ou quem sabe ainda escutando cássia Eller em francês, não sei o porquê mais adoro o sotaque. Lá estava eu com todas as dores, todas ela oriundas das imagens de brigas corriqueiras que meus pais me fizeram assistir e que me fazem reviver o sujeito que em outrora eu não imaginava ser.

Quem sabe não fora a simples dor de ver uma família repartida e sentir-me o culpado das bagunças sucedidas, talvez seja a cada gota ingerida uma forma de fugir de todas as paixões aniquiladas pelo fato de eu ser bom demais para aquelas que não se achavam boas pra mim, daquelas que sempre me viram como uma opção descartável e que inúmeras vezes desvalorizaram meu lado romântico que eu tanto exaltava, acho que com elas não aprendi a ver beleza nas rosas, pois sempre elas me induziram a pensar em separações, decepções.

A cada buquê dado vinha por conseguinte a notícia de que não dava mais. 

Aqui estou eu como mais um na semana, procurando mais um número na agenda, e escolhendo qual a donzela da noite para a qual eu ligaria, não só pelo fato de eu ser cafajeste, mas também pelo fato de eu não querer correr o risco e me apegar a só uma, quem sabe esta única depois me venha como uma lâmina cortando a carne com uma dor aguda e sem explicação. Se bem que no fim por mais que pense que várias variáveis me causem a sensação de não me adaptar a tantas qualidades e imperfeições, tenho medo de no fim, que todas se conheçam ou que no fim eu acabe levando um belo par na bunda de todas. 

E assim eis de mim um pouco, por mais que sempre eu mexa um pouco por onde passo, e assim nas diversas formas de me descrever, eu ainda não me reconheço, poderia eu aqui tentar me adjetivar de vários modos e atributos, quem sabe eu esteja na solidão, ou quem sabe eu seja mais um na multidão, carregando a cada dia, semana ou mês um jeito novo e/ou um mesmo jeito de ser. 

Quem sabe eu me veja na lua como uma forma poética e não filosófica, visto que o ângulo que a nossa mente a faz enxergar nos faz perceber a sensação visual de que esta é de fase, mas que na verdade sempre possuiu a mesma forma, contorno e adorno. 

Pode ser que eu venha ser romântico e meloso, por mais que meu eu inquieto e frio não se iluda mais por beijos, abraços e promessas de futuro. 

No meio de tantos tiroteios procurei por seguir por um meio que por infinito rodeio, só pra no fim poder deixar entender que sou aquilo me permitem ser, que eu sou aquilo que as circunstâncias me possibilitam experimentar, eu sou aquilo que a vida tem para eu viver.

Carpe Diem Pescadores!!!

Nelson Tarrafa

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