Nós que fazemos o Pescaria estamos sempre
procurando nos enriquecer de conhecimento. O que estimula cada vez mais nossa
criatividade e inspiração, por isso toda semana nós escolhemos um tema para ser
estudado, abordado e discutido por nós nas Pescas. Na 5ª Pesca, que ocorreu no
dia 14 de Dezembro, o tema abordado foi Parnasianismo, então trazemos um
pouco do que foi esse movimento, suas características e nossas opiniões.
Como
surgiu o Parnasianismo?
Foi um movimento literário que se originou na França,
representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no
século XIX em oposição ao romantismo.
Nasceu com a publicação de uma série de poesias,
precedendo de algumas décadas o simbolismo uma vez que os seus autores
procuravam recuperar os valores estéticos da antiguidade clássica.
O seu nome
vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo
e às musas.
Quais
suas principais características?
Vênus de Milo |
Dentre algumas as principais eram a rigor da forma,
da rima e da métrica, o que os fez assumir o soneto como carro-chefe da poesia parnasiana.
Uma reação esperada para um movimento que vinha “combater” o romantismo precedente,
que se caracterizava por sua liberdade de escrita.
Outro ponto era o que eles chamavam de “a arte pela
arte”, que pregava, por exemplo, que a arte não precisava do amor pra existir,
por isso poderiam fazer poesias sobre um vaso, como fez Alberto de Oliveira no
soneto “O Vaso Chinês”.
A Vênus de Milo foi um exemplo de uma grande
inspiração para os parnasianos brasileiros.
O que os Pescadores dizem?
O movimento Parnasiano, é quase sempre encarado como
“chato”, pela rigidez sem deixar qualquer liberdade para o autor, é uma poesia
cansativa de ler e, na maioria das vezes desinteressante, mas como qualquer
vertente tem sua importância e deixou obras brasileiras de beleza própria. As
poesias do trio parnasiano brasileiro Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e
Olavo Bilac (autor do hino à bandeira) tentavam retomar princípios conservadores sem os quais a poesia se
tornaria um caos, a final regras não só prendem, mas também podem libertar,
como dizia Renato Russo “Disciplina é liberdade”.
Trio Parnasiano Brasileiro; Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac |
Até a próxima.
não é que a poesia não tenha necessidade de "amor pra existir". O parnasiano é uma estética estritamente descritiva, usando a propria produção artistica como fonte inspirativa! Por isso os poemas sobre vasos, sobre quadros, sobre esculturas e sobre paisagens. Poesia escultural e tecnicamente erudita. Eram poetas que escreviam para outros poetas, nessa estética a população não se encaixava (poéticamente falando) com a sua linguaguem e cultura. Por isso quando Oswald de Andrade produziu o Manifesto Antropofogo fez estritas críticas a esse grupo litérario, porque para os modernistas a poesia era produção cultural feita para e com o povo, algo que os parnasianos não adotaram. E eles não produziram uma poesia chata, produziram um produto artistico não ascessivel a população, pois só os intelectuais conseguiam consumir a produção parnasiana!
ResponderExcluirEspero ter ajudado!
Abraços...
Foi um prazer grande Léo contar com sua participação e com certeza nos ajudou muito. Este espaço é reservado, justamente a isso, a discussão.
ResponderExcluirGrande abraço.
E boas águas sempre.