NÃO INDICADO À MENORES DE 16 ANOS...hehe
Produzido no desafio literário da Pesca nº 8
Produzido no desafio literário da Pesca nº 8
Do meu querido interior
Estava eu a me lamentar
Com uma casa rica farta
Sem ter ninguém por perto
Para se quer frescar
Na brisa que me vinha
Na brisa que me vinha
Eis que me bate a porta
Uma moça com uma cabaça
De início pediu água
Mas pra ela o que ofereci
Foi uma boa cachaça
Ela olhou assustada
Ela olhou assustada
Com um ar de espanto
Dizendo que estava aperreada
Falando que o radiador estava com fumaça
E que pro encontro estava atrasada
Moça nunca bela tinha visto ainda
Moça nunca bela tinha visto ainda
Com um vestido púrpura e as pernas a amostrar
Mal sabia ela
A enorme vontade
Que estava de apertar
Porém sempre fui prestativo
Porém sempre fui prestativo
E com o coração bondoso
Sempre gostei de ajudar
Logo fui buscar a água pedida
Pra ver se assim
Ela ia se acalmar
Fui pra dentro de casa
Fui pra dentro de casa
Me contorcendo todo
e com um pensamento na cabeça
Olhando para calça
E dizendo:
Desça,Desça, Desça..
Quando voltei ao alpendre
Quando voltei ao alpendre
Infelizmente o volume permaneceu
E meu pedido não sucedeu
Ela olhou assustada
Me olhando e perguntado
Se alguma coisa aconteceu
Eu olhei envergonhado
Eu olhei envergonhado
Me segurando muito
E querendo falar besteira
Entreguei pra ela a água
E continuei falando pra ela
Que na minha mente tinha muita sujeira
Ela encarecidamente me pediu pra ela acompanhar
Pra eu ficar sinalizando na estrada
Pra assim a água ela poder jogar
Mas enquanto ela se curvava
E a bunda empinava
Meus olhos se distraiam
E o volume na calça só aumentava
As vezes ela olhava
As vezes ela olhava
E me perguntava
Se algum veículo eu estava avistando
Eu besteado
Nem raciocinava
E pedia pra água ela continuar jogando
Do lado da cerca
Do lado da cerca
Me olhavam enciumada uma égua
E do outro uma cabra
E a moça do vestido perguntava
O motivo de bichos com tanta tristeza
E eu dizia que elas queriam que a cerca eu abra
Mal sabia a moça
Mal sabia a moça
Que se porventura
Se elas eu fosse soltar
Elas a moça atacaria
E que se elas pudessem falar
Diriam que eu já tinha donas
E que ela fosse procurar seu lugar
Ou então partiram
Ou então partiram
Pra cima de mim
Querendo me matar
Tá cansado da comida de casa cabra safado
Querendo fora encontrar
Neste meio tempo de pensamento
Neste meio tempo de pensamento
Ela concertou o carro
E se foi a me agradecer
E eu fiquei só na vontade
Pra eu um vento forte desse
Ou do vestido dela eu descer
Enfim o jeito que tem
Enfim o jeito que tem
É ficar com o pitar do fumo,
Me contentar com a solidão
E com as cabrinhas e éguas a me socorrerem
E me embelezar e não me cansar
Do belo luar do meu sertão.
Nelson Tarrafa
Nenhum comentário:
Postar um comentário