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Eis o Pescaria, grupo literário pioneiro nas terras do Araras, hoje Varjota – Ceará.
Grupo de caráter cultural, primando as Letras, denominado Pescaria, cujo objetivo é pescar indivíduos às letras e artes, ofertando-os o alimento – o peixe – da liberdade, o saber.

Venha pescar e ser pescador (a) da literatura junto da gente.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Eis o 'nando!

Fernando, ou melhor, ‘nando, gosto mais, parece mais moderno, como quis me inspirar pra ser.

Nasci na época errada, pelo menos acho. Embora melhor numa época errada, do que nem nascer. Apesar de não nascer quando queria, vivo como queria, ou como quero, afinal, vivo aqui. Não só no pretérito, mesmo ele sendo perfeito, imperfeito, mais que perfeito, prefiro o presente, mesmo que desastroso. Sou do passado, mas vivo o presente. Sou distante, mas vivo perto sei lá de quem ou quê, mas sei que vivo. Faço-me hoje de pescador, quer dizer, sempre fui um, afinal nasci somente pra isso. Como disse, sou moderno, daqueles mesmos que lá da década de 20 viam a cidade correr dentro de um bonde, hoje a única que vejo são peixes correrem lá por fora da Canoa, embora andar de Canoa por aqui não seja moderno coisa nenhuma, pelo menos dizem por aí, afinal no Egito Antigo já tinham canoas, mas isso não vem ao caso.

Foi na escola, lembro remotamente, onde me ensinaram pescar, com aqueles desenhozinhos que vinham na sopa, que depois de alguns dias que comi, disseram-me que se chamavam letras. Pesquei algumas letras com a colher de plástico azul na caneca e depois de tirar três delas, alguém me disse que tinha escrito CÉU e então me assustei e fiquei maravilhado, afinal, depois de pescas de tantas coisas, pela primeira vez eu tinha pescado o CÉU, coisa que até hoje nunca ouvi ninguém falar, e melhor ainda com letras.

Depois de ter pescado CÉU, decidi que poderia pescar outras coisas. Se numa sopa podia pescar o CÉU, que era um lugar que usualmente não se encontra muitas letras, imagine se tentasse pescar em livros, que foi onde me disseram que todas as letras moravam.  Assim virei pescador.

Assim digo que as melhores pescas, com certeza, são as mais rendosas quanto a quantidade de peixes. Mas sem dúvidas as mais inesquecíveis são aquelas que alguma dificuldade é encontrada. Seja uma tempestade, seja a dúvida de onde jogar a rede, seja o simples fato de duvidar. Desta forma, aprendi a pescar. Sou assim um pescador áspero, àquele que quem o puder conhecer, sentirá o atrito em minha pesca, e consequentemente em meus peixes, seja como vocês de fora dizem, poesia, prosa ou verso.

Assim busco as tempestades, as dúvidas, os contrapontos, a asperidade, o ritmo desritmado, o progresso voltado ao início, a quebra da ação, eis o ‘nando.


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