Quando
eu era menino
Tudo
era diferente
O
carrinho era de lata
O
remédio era um chá
O
comer, uma cerimônia
A
roupa já não suficiente
A
casa, tijolos no chão
Quando
eu era menino
Tudo
era importante
Os
amigos eram pra sempre
A
escola, uma sopa quente
A
tia era uma prima
O
livro, um mundo distante
Meu
sertão, um paraíso
Quando
eu era menino
Tudo
era proibido
A liberdade era vigiada
A
noite, ninguém de pé
Os
palavrões eram punidos
Beijo,
só na novela
Os pais nunca erravam
Quando
eu era menino
Tudo
tinha mais valor
O
cantar dos passarinhos
A
moça do Mágico de Oz.
As
moedas da mesada
O
sabor dos picolés
A
redinha remendada
Quando
deixei de ser menino
Nada
mais é diferente
Nada
mais é importante
Nada
mais é proibido
Nada
mais é valioso
Só
me resta a saudade
Herança
do tempo que passa
Bento Biquara
17 de março de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário