Seja super bem vindo!
Eis o Pescaria, grupo literário pioneiro nas terras do Araras, hoje Varjota – Ceará.
Grupo de caráter cultural, primando as Letras, denominado Pescaria, cujo objetivo é pescar indivíduos às letras e artes, ofertando-os o alimento – o peixe – da liberdade, o saber.

Venha pescar e ser pescador (a) da literatura junto da gente.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cambo, escambo e o escambau ou o mar esta para peixe

O Poeta de Meia-Tigela

1.
Quem disse que o mar não está para peixe? Não veem o arrastão que esses pescadores-poetas vêm de fazer? Não veem que ‘nando Cará já fere o silêncio das águas, barulhando-as? E que Remo Russo não se desvia da Poesia nem um instante? Olhem que se o sertão não virou mar, esses jovens de Varjota têm revirado o próprio mar a fi m de apanharem cardumes e cardumes de poemas-agulhas (perfurantes), poemas-enguias (eletrizantes), poemas-dourados (encantadores), poemas-voadores (alucinantes), poemas de toda espécie para uma peixada-poemada daquelas! (Continua na malha 5)

2.
Desde a infância sou pescador, apesar de não saber nadar. Não digo a partir do Jardim, mas desde a alfabetização, sim: sempre me vi necessitado daquela pesquinha de canto de olho, daquela troca rapidinha de provas com o colega, daquela borracha cheia de fórmulas salvadoras e apagadas da memória, daquela carteira de braço rabiscado com lembretes para a hora a-b-c-d-e-f-g-h. E daí se não sei nadar? Quem precisa nadar é o peixe: eu sou pescador.

3.
Desde a infância sou pescador. Conto cada história...

4.
INTERVALO COMERCIAL NAVEGUEM na página http://opescaria.blogspot.com. LEMBREM-SE: a Internet é uma REDE. E caiu na REDE é peixe.

5.
(Continuação da malha 1) Saibam que Bento Biquara escreve nas vagas, nas horas vagas o amor e Simplício Anzol a-mar-ra o a-mar das águas de mar-ço, enquanto Nelson Tarrafa esvai-se em lágrimas pelos que choram de fome (mas não chorarão por muito ainda: que se nem só de pão vivem o homem e a mulher, porém de peixe e poesia também, serão saciados agora) e Guajupiá Em Terra’fogado — por falar em fome — desce a vara na poesia sem estômago em prol de um estômago repleto, bem alimentado por sextinas de salmões. Vaz Rio vê o rio correr e segue em frente na canoa de Holmes: ouvem a canção bela e se desafogam, a exemplo de Euro Canoa que se arrepia ao nadar na vital corrente sanguínea do verso. Desacorrentem-se, pois: venham ver a lua e compartilhem desta grande Pescada! Por baixo das Escamas há a carne da palavra sem mentiras ou omissões, há a poesia — esse peixe-pescador!

6.
O PE(S)CADOR

Jesus não os tinha ainda tarrafado, mas os doze já sabia quais seriam. Ao encontrar André e Simão que pescavam peixes, “é chegada a hora de pescardes homens”. André e Pedro pouco entenderam mas o primeiro largou as redes. “E tu, por que te demoras?” “Eu prefi ro pescar peixes”. Jesus não disse nada, e retomou a caminhada com André ao lado. Seguindo-os ante um Simão Pedro petrificado, os peixes aos muitos foram saindo das águas, parecendo balbuciar “me pesquem, me pesquem”, com aquele peculiar sôfrego abrir e fechar de boca. Então, “ei, vocês dois, estou indo!” E correu Simão Pedro a alcançá-los. “Certos homens têm que ser fisgados como peixes”, pensa o Mestre.
p.s: eu não disse na malha 3 que sabia contar histórias?

7. 

8.
E na oportunidade de pescar dos autores do CAMBO, fisgo um verso de cada, faço o escambau e monto meu carme-cardume, à disposição de quem o queira escambar:

CENTÃO
(‘nando Cará) Escorrem as águas do rio,
(Russo Remos) O rio corre, escorre e morre na nascente.
(Bento Biquara) Sou um pescador
(Simplício Anzol) Do tudo e do nada.
(Nelson Tarrafa) Hoje o delírio contornou minha realidade
(Guajupiá) Asfi xiada,
(Vaz Rio) Quero o que deveria, mas não busco.
(Canoeiro Holmes) E assim me despeço
(Euro Canoa) Afogado em meus pensamentos
(Luna Pescada) Salivando minha intimidade
(Lica Escama) Cada sentimento que há no meu coração.

Fortaleza-sobre-o-Pajeú,
27/08/2014

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Posfácio dOCambo, o primeiro livro do grupo literário Pescaria

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